Olá, meu nome é Luciana, há alguns anos me separei e fui morar em Pirassununga com meus três filhos. Percebi, então, que precisava recomeçar, o que não seria fácil, pois havia parado meus estudos na faculdade para me dedicar à família. Minha irmã chamou-me para morar em São José dos Campos e estudar para concursos dizendo que seria a melhor maneira de retomar a vida; aceitei e aqui estou agora. Tive e tenho um grande apoio da família o que ajuda muito nas horas mais difíceis.
Comecei a estudar em 2006; até a prova de Oficial de Justiça, estudava há 3 anos. Fiz muitos concursos mas sempre para nível médio já que não concluí o nível superior. No ano de 2009 fiz 9 provas e fui aprovada em algumas.
Desde 2008 optei por estudar em grupo pois percebi que consigo absorver melhor ouvindo e discutindo a matéria. Para Oficial eu seguia o cronograma do grupo à tarde, de manhã estudava sozinha matérias que tinha mais dificuldade ou fazia exercícios e durante a noite fazia o curso de oficial de justiça. Dedicava uma média de 12 horas por dia aos estudos, alguns dias menos, pois tinha também os compromissos com meus filhos, como levá-los à escola, natação, coisas de mãe... nos sábados e domingos não estudava, ficava com meus filhos.
Utilizava o material fornecido pelo curso, com minhas anotações e, como estudava em grupo, havia sempre a troca de informações, anotações e materiais uns com os outros.
Sempre tive muita dificuldade em matemática e raciocínio lógico, o que me levou a fazer um curso básico dessas matérias. Como não tinha tempo para ver TV, prestei muita atenção nas aulas de Atualidades e conversava muito com amigos sobre o que estava acontecendo no mundo para tentar me informar um pouco mais. Estudei Informática com a matéria dada no Oficial e confiei no conhecimento de outros cursos que havia feito. Minha dificuldade em Matemática sempre me preocupou, mesmo depois do curso básico que fiz, então, eu e um grande amigo (Milton) estudávamos todos os dias possíveis, depois que todos iam embora e antes de minha aula começar (mais ou menos uma hora por dia), fazendo listas e mais listas. Português e Direito são minha grande paixão, então estudava sempre com muito mais prazer.
Na semana que antecede a prova tudo sempre toma grandes proporções, e não foi diferente nesta prova. Estava particularmente nervosa e, como todo concurseiro que conheço, desejando mais uma semana. Fui “fechando” as matérias que julgava ser mais importantes, tirando dúvidas finais e tentando me acalmar para o “dia D”. Estudei sim na véspera (contrariando o que todos dizem sempre) e ganhei várias questões por isso, o que mostra que realmente não existe uma regra.
No dia da prova, antes de ir, fiz minhas orações, conversei comigo mesma, dizendo que tudo o que eu poderia ter feito eu havia feito e que o que tivesse que ser seria. Pode parecer piegas, mas não tem coisa pior do que ir para uma prova com a sensação de que poderia ter feito mais, que poderia ter estudado mais e também que se tivesse estudado mais poderia ter conseguido.
Bom, o que escrevi conta um pouco de como foi minha caminhada até a prova de Oficial de Justiça, mas acredito que nós somos autores de nossa história, e que cada um deve encontrar a sua maneira de fazê-la. Posso dizer que cansei muitas vezes, que chorei outras tantas achando que não ia dar, que não era pra mim, mas tive apoio de amigos maravilhosos que conheci e da minha família que amo muito e consegui.
Agradeço muito também aos professores que tanto gosto e admiro, Renata Tosetto, Renata Sonnewend, “Lindinha”, Douglas, Daniel, Kazuo, Fábio, muitos estão nessa minha caminhada desde o começo, outros nem tanto. A vocês meu obrigado eterno!!
Uma amiga me perguntou o que eu poderia dizer sobre o que fazer quando a gente cansa ou acha que não vai dar, e eu respondi “Não desista, porque o resultado vem. Pode demorar mais do que a gente quer, mas ele vem.”
Não sei se ajudei muito, mas espero que sim.
Um grande abraço a todos.
Luciana Breganholi
1ª Colocada Oficial de Justiça - TJSP - CJ de São José dos Campos - Nota: 9,5
7 comentários:
Muito linda a sua história, Lu...
Seu depoimento vai ajudar muita gente sim.
Que Deus a abençoe nessa nova caminhada que está iniciando.
Abraços,
Kátia.
Alguém sabe me dizer qual a melhor opção: Oficial de Justiça (TJ/SP) ou Auxiliar da Fiscalização Financeira (TCE/SP)???
Passei em 1º colocado nos dois.
Sérgio.
Conheci a Lú no cursinho do MPU Noite, era a coordenadora na nossa turma. Sempre a admirei pela sua garra e esforço, já que estudar durante 3 anos e cuidar de 3 filhos não é nada fácil. Tenho um filho de 5 anos e sei que é complicado se dedicar 100% aos estudos. E sei que família e amigos são muito importantes nesta árdua caminhada rumo à CLASSIFICAÇÃO. Ainda bem que teve apoio. E, graças à Deus, eu também estou tendo o mesmo. E com certeza, VOCÊ É O EXEMPLO que devo seguir, onde todas as energias dedicadas aos estudos VALEM A PENA! Afinal de contas, "sem esforço, sem vitórias".
Enfim, LU, desejo a você os meus sinceros PARABÉNS.
Fique com Deus.
Judas!!!!!!!!
Oi, Lu!!
A sua história de vida é um exemplo para todos nós. Valeu a pena o nosso estudo de matemática, né? rs.
Parabéns,
Milton
sem duvida Auxiliar da Fiscalização Financeira (TCE/SP)
Sérgio,
Sem dúvida Auxiliar da Fiscalização Financeira (TCE/SP), verá com os anos!
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