O professor Douglas me pediu que fizesse um texto com dicas para a prova do MPU, inicialmente entendi que fazer algo desse tipo seria uma irresponsabilidade da minha parte, pois não teria condições de opinar acerca de matérias e formas de estudar para uma prova da área jurídica, ainda mais feita pela banca CESPE.
Por outro lado, analisando o edital, percebi que poderia sim passar um pouco da minha experiência de forma genérica e empírica para ajudá-los a enfrentar esse certame.
Verificando o edital, pude concluir que se trata de um certame muito interessante e atraente por ser para um cargo na esfera federal com um bom salário e oportunidades em diversas áreas. Quem leu meu texto anterior vai verificar que sou totalmente partidário de se prestar diversas provas de diversas bancas, no mínimo como forma de ganhar experiência, portanto vença a preguiça e dedique-se a estudar para essa prova, ainda que haja pouco tempo, afinal não existem muitos concursos à vista. Antes de continuarmos gostaria de pedir ao leitor que agora me xinga por incentivar mais candidatos a prestar essa prova (eu mesmo fiz muito isso), que não tema por isso, saiba que quando for a sua hora, nada será capaz de tirá-lo do caminho da aprovação, e veja, não se trata de algo místico ou sobrenatural (ou se trata? Vai saber...), é uma conseqüência natural das coisas, a sorte (oportunidade + preparo), está do seu lado.
A primeira dica que dou é para que façam muitas provas anteriores da CESPE, sei que é meio óbvio, mas não custa reforçar.
Outro ponto é que procure dicas na internet (o próprio professor Douglas postou algumas de como fazer a prova), existem muitas outras em diversos sites, inclusive entrando no conteúdo das matérias (você deve procurar saber, por exemplo, se o CESPE cobra muito jurisprudência ou mais doutrina ou mais literalidade etc.), dadas por professores renomados (cobre o professor Douglas também), essas dicas podem sim ajudar, e muito, desde que você as pondere e seja minimamente crítico, principalmente com o conteúdo da internet.
Sobre a prova da CESPE tenho algumas sugestões empíricas em relação à parte objetiva. Uma das coisas que notei nas 3 ou 4 provas que fiz dessa banca é que uma conseqüência lógica do tipo de prova. Explico, uma vez que estatisticamente é muito mais fácil acertar uma questão do que escolher entre 5 alternativas a banca se esmera em tornar cada questão bastante complexa e completa. Algumas assertivas possuem uma frase inicial totalmente correta e no finzinho dela algo que a torna errada. Ou ainda dois períodos (frases), sendo um correto e o outro incorreto (o que por óbvio torna toda a assertiva incorreta). Já outras assertivas extremamente complexas, difíceis de analisar e que poderiam fazer o candidato achar que existe algum erro nela, muitas vezes estão totalmente corretas. Cuidado, nem sempre é assim ou assado! Muitas vezes pode aparecer uma assertiva fácil e correta, por que não? Por isso reforço, faça muitas provas, tente encontrar alguns padrões, mas não bitole demais, na hora da prova prudência e canja de galinha. E não esqueça: difícil para você difícil para todos!
Sobre a prova dissertativa posso falar um pouco melhor, pois a área fiscal não tinha esse tipo de prova até chegar a minha vez (é sempre assim não é mesmo?). Lembro de ter feito o concurso do TRT e de arrogantemente ter saído da prova achando que a redação iria me colocar entre os classificados. Felizmente (pois acordei para a realidade), eu não tive uma boa nota e percebi que precisava melhorar muito nesse tipo de prova. Quando saiu o edital da Receita Federal, imediatamente contratei uma professora de Português e comecei a fazer incessantemente redações de concursos anteriores e enviá-las para correção. Além disso, sempre pegava dicas na internet e cheguei a fazer um curso preparatório só para a prova dissertativa. Enfim, das diversas lições que aprendi algumas são fundamentais e você não deve jamais esquecer. Para ilustrá-las vou utilizar o lema da torcida do Corinthians (me perdoem os demais torcedores, mas esse lema é perfeito): “Lealdade, Humildade e Procedimento”. Para fins didáticos, fiz uma pequena inversão na ordem dos termos.
Humildade – Essa talvez seja a principal lição, na prova dissertativa evite utilizar linguagem rebuscada, dar opiniões controversas e pessoais etc. É evidente que você deve utilizar a norma culta, mas sempre com objetividade, sem firulas, o examinador não quer saber o quão inteligente você é, essencialmente, o que ele quer saber é se você tem bom senso para estruturar um texto CONFORME AS REGRAS estabelecidas no comando da questão. É impressionante, mas uma pessoa que sabe muito pode se complicar numa prova dessas, enquanto uma pessoa que sabe somente o básico e faz o “arroz com feijão” pode ter uma excelente nota.
Lealdade – Também é muito importante que você seja leal, leal ao comando da questão e ao examinador. É fundamental, ler e interpretar o que está sendo pedido, depois fazer um esquema básico verificar se você está realmente respondendo ao pedido (e perguntas) do examinador. Aliás, vejam como eu sempre falo do examinador, é nele que você tem que pensar! Esqueça você, não é hora de ser egoísta, você é leal a ele, sempre! Nesse sentido, não se esqueça de facilitar a vida dele, nada de textos sem pé nem cabeça em que ele tem que ficar caçando as respostas na prova, se você não facilitar a vida dele ele pode se zangar, e com razão, ele queria o seu bem, mas você não foi leal. Por fim, tenha em mente que o corretor não será seu professor de Constitucional, muitas vezes será um professor de Português que fará a correção com base em um espelho padrão.
Procedimento- Procedimento é o esquema básico da dissertação, que tem que ter COMEÇO, MEIO E FIM, interconectados, respondendo às perguntas solicitadas. Uma coisa muito importante é separar os diversos temas abordados em parágrafos distintos. Muitas bancas tiram pontos valiosos quando são misturados questionamentos diferentes no mesmo parágrafo.
Desculpem-me aqueles que, pelo caráter genérico do texto, agora estão dizendo que falei, falei e não falei nada, mas prefiro ser cuidadoso e não me aprofundar muito e atrapalhá-los na hora da prova. Se esse texto servir de incentivo para que você estude e faça a prova, já terá cumprido seu papel.
Alexandre Hakim
Analista do Bacen 2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário