COLUNA DA CONCURSEIRA GRAZIELA SGARBI

Estou aqui hoje, para contar como foi a minha primeira vitória no mundo dos concursos. Para isso, eu vou ter que voltar um pouquinho no tempo pra contar como tudo isso começou.

Bom, no fim de 2007, eu terminei a minha faculdade. Me formei Engenheira de Alimentos pela Unicamp. Quando passei no vestibular (em todos os que eu prestei - Unicamp, USP, UFSC e UFV), parecia que tudo me encaminharia para uma carreira de muito sucesso na minha profissão. Pois é, mas deu tudo errado. Passei 6 anos de muito sofrimento, muitas derrotas e muitas decepções. Achei que tivesse ficado burra de uma hora para outra.

Foi nesse clima que, em 2008, eu voltei para SJC, sem emprego e com a alto estima lá embaixo. Voltei a morar na casa dos meus pais e, pra piorar, tive que trabalhar com meu pai por falta de outra opção. Foi aí que tudo começou. Eu me senti num beco sem saída, pois currículo ia e vinha e nada de emprego. eu já não aguentava mais falar no nome engenharia, queria distência daquilo. Sem saber pra onde ir, decidi me matricular no Unicursos. Não entendia nada de concursos públicos, entao cheguei lá e fiz minha matrícula para o curso da polícia federal, pois afinal de contas eu já tinha curso superior e achava que com alguns meses estudando eu faria uma provinha fácil de concurso e passaria.

Bom, a realidade foi que com aquele desânimo todo, faltei em muitas aulas e, nas que eu fui, dormi em grande parte. Bom, só sei que a minha ficha não tinha caído ainda sobre como eram os concursos públicos. Um belo dia, meu namorado resolveu terminar comigo. Pra mim foi o fim do mundo e tudo o que eu queria era sumir. Na mesma semana, abriu o concurso do TRT para o RJ. Nossa, vi naquilo uma desculpa pra viajar, conhecer uma cidade que sempre quis desde criança e dar a desculpa de estar prestando o meu primeiro concurso. Falei com meu pai e ele aceitou bancar meu fim de semana lá. Foram R$800,00 de puro turismo. Resultado do concurso: saí de lá super animada, adorei a matéria do TRT e, para um primeiro concurso, mesmo não tendo atingido a nota de corte, achei que não me saí mal.

Voltando para SJC, vi que no Unicursos estava tendo uma turma do TRT e que naquele ano mesmo teria para SP. Me animei e comecei a assistir algumas aulas de direito do trabalho. Me identifiquei muito com a matéria e, quando saiu o bendito edital, eu já estava totalemnte no clima e fiz a minha matrícula para o intensivo. Parecia q agora as coisas iam bem, quando, de um dia para o outro, eu sou chamada para fazer entrevistas, diâmicas e sou contratada para trabalhar no Banco Itaú, aqui em São Paulo, a 1 mês do concurso. Ah, foi tudo por água abaixo. Era justamente a hora que eu ia começar a intensificar meus estudos, e tive que parar pois estava num treinamento intensivo no banco. Bom, achei que não era pra ser. No dia da prova, fui fazer para ganhar experiência. Quando saiu o resultado, não acreditei. Me classifiquei em 241 para analista. Colocação excelente, graças à minha redação.

Bom, depois disso resolvi me dedicar ao meu trabalho aqui e deixei um pouco de lado os concursos, pois não sabia mais qual teria nos próximos meses. Já neste ano de 2009, me inscrevi para o concurso da Infraero. Era pouca matéria (português, inglês, matemática e legislação específica). Não sabia exatamente para que seria o cargo, mas o salário era quase o triplo do que eu ganhava no banco e eu iria trabalhar com uma coisa que sou apaixonada desde a minha adolescência: aviões. No dia do concurso, não estava muito animada. Era lá em Guarulhos a prova, eu não tinha encostado nos livros e quando chegei lá, só vi homens prestando. Fui fazer, mais uma vez para ganhar experiência. Fiquei até o fim da prova. Saí de lá quase que de ambulâcia de tanta dor nas costas. A sensação era a de que ou eu tinha errado tudo ou tinha acertado tudo naquela prova. Não sabia se tinha ido bem ou mal, mas os comentários de todos na saída da prova era de que estava muito difícil.

Bom, esperei o resultado do concurso. No dia que saiu, não acreditei. Passei em 1º lugar. Como isso era possível? Pois é, minha dedicação na escola e no cursinho pré vestibular, meu curso de 7 anos de inglês e as aulas da Lindinha de português me fizeram conseguir isso. Como era cadastro de reserva, não sabia quando ia ser chamada. Comecei a pesquisar na internet e, para meu desânimo, vi que no último concurso da Infraero, quase ninguém tinha sido chamada. Bom, continuei meus estudos, deixando a Infraero de lado, achando que aquilo não ia dar em nada. Passou Ministério da Fazenda e depois comecei o curso para o TRT de Campinas.

Um belo dia, chega um telegrama me convocando para levar os documentos em Guarulhos e para fazer os exames médicos. Foram quase 2 meses de exames de todos os tipos até que eu fosse considerada APTA para o cargo de Controladora da Voo. Ah é, esse era o cargo. Vou trabalhar na Torre de Controle do aeroporto que eu escolher e dia 3 de agosto estarei de volta a SJC, morando com meus pais de novo, por 10 meses, para fazer o curso de formação. Quando eu iria imaginar que isso ia acontecer comigo? Pois é, essa foi a primeira de muitas vitórias que ainda terei. Hoje eu continuo estudando, descobri que o que eu quero mesmo é o TRT. Fiz a prova de Campinas na semana passada, fui muito mal e já estou com a cabeça no TRT de MInas Gerais. O segredo é acreditar, nunca desistir, ter muita força de vontade, abdicar de muitas coisas e ter persistência. Um dia chega a hora de cada um, desde que nunca desista.

Agradeço muito aos professores do Unicursos (Douglas, Fábio, Lindinha etc) e também aos amigos que fiz lá (Margareth, Orlando, Aline, Flávia, Lilian, Fernanda, Diogo e todos os outros que não tem como listar aqui). Aquele curso se tornou a minha segunda casa por alguns meses e eu dedico uma parte do meu sucesso a todas as pessoas que contrubuíram para isso.

Espero em breve estar escrevendo mais um depoimento de mais uma vitória!

Bons estudos e sucesso!

Graziela Sgarbi de Oliveira