segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Republicado tendo em vista a relevância do tema... parte II

A aterrorizante prova prática do TJSP




Você não imagina como essa prova prática de digitação é difícil. Estou traumatizado até hoje com a experiência e acho que nunca vou me recuperar totalmente.



Eu e outros cinqüenta candidatos fomos levados para uma sala escura, pequena, gelada, abafada. Os fiscais, que mais se pareciam carrascos nazistas de um campo de concentração, nos deram apenas 30 segundos para praticar em uns computadores velhos com teclados com as letras todas trocadas de lugar e de cabeça para baixo. Ninguém teve coragem de reclamar. Um minuto depois começou a prova. Tivemos dez minutos para digitar um texto cheio de símbolos, números, acentos e até uma equação de física quântica.



O maior problema é que não se podíamos encostar o dedo em nenhuma tecla senão as de letras e número. Alguns candidatos tiveram o azar de relar nas teclas control, enter, alt ou delete e quando fizeram isso um alarme começa a tocar no computador deles, a tela fica vermelha com um “candidato desclassificado” piscando. Nisso entravam seguranças na sala, usam uma pistola de choque para imobilizar os candidatos e os levavam arrastados para fora.




Não, esse não é parte do roteiro de um filme de terror, mas uma descrição não muito diferente das feitas por muitos candidatos na Internet sobre as provas práticas de digitação aplicadas em vários concursos públicos. Quem lê esses relatos se assusta com a dificuldade da prova, fica desesperado, acha que não vai dar para passar.



Tudo bobagem. Nesse domingo fiz a prova prática de digitação para o cargo de escrevente do TJSP em Guaratinguetá (SP) e o que vivenciei foi muito diferente, muito mais tranquilo.



A prova foi realizada nos laboratório de informática do campus da Unesp da cidade. Meu grupo tinha vinte candidatos. Fomos levados primeiramente para uma das salas do laboratório, onde havia duas bancadas voltadas para as paredes, cada uma com dez computadores comuns, com teclados comuns, mouses comuns.



Nos computadores havia instalado um programinha simples para a realização da prova. Basicamente havia somente um campo para digitar o texto, como na figura abaixo. Tivemos três minutos para praticar no programinha, digitando qualquer coisa que quiséssemos.





Em seguida fomos levados para outra sala igual, cada um sentou-se diante do computado com a mesma numeração da sala anterior. Na tela um campo escrito “número de inscrição e um ícone “entrar”. Depois de lerem as regras da prova, os fiscais nos disseram para entrarmos com nosso número de inscrição no campo e clicar no ícone. A tela mudou para uma igualzinha a que usamos para praticar na outra sala. Cada candidato recebeu uma folha de papel com o texto da prova devidamente de cabeça para baixo. Então foi dado o sinal para começarmos.




O texto que recebi era simples. Um artigo curto sobre arqueologia pré-hispânica, como os encontrados em revistas semanais como a Veja ou Época. Os doze minutos disponíveis foram suficiente para que eu digitasse o texto e revisasse por duas vezes procurando por possíveis erros de digitação.



Ao final do tempo, fomos instruídos a clicar num ícone “finalizar” na parte inferior da tela, que fechou o programa. Os textos digitados foram então impressos e cada um assinou a folha onde estava o texto que digitou.



Pronto, foi somente isso. Tudo muito simples, prático, normal.



Três constatações:



1 – A maioria dos candidatos estava nervosa. Gente tensa, olhando os outros candidatos como se eles fossem recordistas de digitação.



2 – Ninguém conversava, ninguém sorria, todo mundo parecia estar indo para o paredão de fuzilamento.



3 – Tanto na hora da treino quanto da prova, a maioria dos candidatos dispararam a digitar como metralhadoras assim que era dada autorização para começar a digitar, mas poucas linhas depois “perdiam o fôlego” quando descobriam que o número de erros não compensava a velocidade dos dedos.



Três dicas:



1 – Vá tranqüilo para a prova. Claro que vai haver gente que digita mais rápido que você, como também haverá quem digita mais lentamente. O que importa não é terminar de digitar no menor tempo possível, mas digitar com o mínimo de erros no tempo dado.



2 – Não adianta fazer cara de mau antes da prova. Isso não vai te dar nenhuma vantagem competitiva. Aproveite para conhecer seus colegas de prova, converse um pouco, pense que você está conversando com futuros colegas de trabalho. Isso vai ajudar a relaxar e ajudará na hora H.



3 – Mais uma vez, em provas assim o que importa é minimizar os erros, portanto, digite com tranqüilidade, numa velocidade constante e mais preocupado em não errar do que em ser ultra-super-híper-mega rápido.



As perguntas que não querem se calar



“Na prova para escrevente do TJSP posso voltar e consertar meus erros? Se puder, é permitido usar a tecla backspace ou a tecla delete?”



Sim, pode consertar seus erros, tanto durante a digitação quanto depois. Para isso é possível tanto usar a tecla backspace quanto a tecla delete, fica ao gosto de cada candidato.



“Posso usar régua para ajudar a não me perder no texto que deve ser digitado?”



Pode, sim. Eu usei uma pequena régua amarela que ajudou bastante.



“É verdade que se apertar as tecla de control, alt e enter o programa da prova trava?”



Não sei se trava, mesmo porque não apertei essas teclas. Mas segundo o fiscal que estava orientando minha turma de prova, essas teclas estariam inclusive desconfiguradas (não funcionariam se pressionadas), mas na dúvida, cuidado para não as apertar.



“Tem um reloginho na tela do computador mostrando quanto tempo falta para terminar a prova?”



Se tinha, não vi. Mas vi muita gente de olho no relógio de pulso. Eu, particularmente, não me preocupei muito com o tempo, mesmo porque digito rápido e com todos os dedos.



“Como posso praticar para essa prova?”



Tem gente que andou comprando uns programinhas de digitação para essa finalidade, o que acho ser uma grande bobagem. Basta usar o Wordpad do próprio Windows.



Pegue uma notícia de jornal online ou no site da Revista Veja com aproximadamente 1.750 caracteres (no Word tem uma ferramenta para contar caracteres do texto) e digite no Wordpad sem pular linhas, tudo num único bloco de texto. Use um relógio para marcar o tempo de doze minutos. Pronto, assim dá para praticar tranquilamente.



Resumo da ópera – Prova prática de digitação não tem segredo. Se você sabe digitar relativamente bem, não terá problemas. O que pode, sim, ser um grande problema é se deixar levar pela ansiedade e medo, o que pode comprometer seu desempenho. Tranqüilidade é a melhor receita para ter sucesso nesse tipo de prova.

———«»———«»———«»———

Não deixe de visitar o blog do Concurseiro Solitário. Lá você encontrará diariamente artigos de motivação, dicas de estudo, orientação e muito mais.

http://www.concurseirosolitario.com.br/

2 comentários:

Anônimo disse...

Professor Douglas, tem algum boato de quando sai o edital de escrevente do TJ Campinas??? muito obrigada!!!!!F.S

Anônimo disse...

Boa tarde Douglas. Vou fazer a prova no dia 21/11/10. Acho que fiquei em torno de 1.400, tenho ouvido falar bastante a respeito da falta de mão de obra nos tjs e que no ultimo concurso ,acho que em 2007, nomearam todos os 2200 que foram pra prova pratica de digitação. O que voce sabe até o momento a respeito da nomeação deste concurso de 2010? Será que chamarão mas de 1009 que parece que foi o que o Serra promulgou e esta esperando aprovação da assembéia...