quarta-feira, 20 de maio de 2009

COLUNA DA RAQUEL MONTEIRO

"Observações Empíricas sobre Concursos

Olá, leitores! Passei um tempo afastada por conta de inúmeros compromissos. Já estava sentindo falta de escrever para vocês.

O artigo de hoje lembra aquelas listas que todo mundo recebe por e-mail, as correntes. Só que essa lista é temática sobre concursos públicos. Nesses 3 anos e meio, observei diversas coisas. Para alguns será óbvio, para outros novidades e alguns dirão que estou inventando (risos).

* Concursos de municípios têm os menores salários. Esses quase não oferecem vaga para Procurador, pois esses muitas vezes são terceirizados.

* Os concursos do Estado de Minas Gerais, com exceção dos Tribunais Federais, tem salários menos atrativos, menores que os de alguns municípios de São Paulo.

* Os melhores salários estão na esfera federal.

* No Rio de Janeiro quase não tem havido concursos para o estado e para o município. Os que existem, na maioria das vezes, são para convocação temporária ou simplesmente não convocam os aprovados (com vagas definidas ou cadastro de reserva).

* Há editais, inscrições ou autorizações de realização de concursos diariamente em todo canto do Brasil.

* Prova de títulos estão cada vez mais sendo usadas para critério de desempate.

*A aprovação em outros concursos como título para outras provas posteriores é prática que vem caindo em desuso.

* A grande maioria dos concursos visa formar cadastro de reserva e alguns oferecem poucas vagas. Contudo, muitos que formam tal cadastro, convocam alguns de seus aprovados.

* Quanto às matérias exóticas, informática, raciocínio lógico e redação já se tornaram lugares-comuns nos editais. Entretanto, o último concurso do SERPRO, em 2008, cobrou conhecimentos de estatística dos candidatos a advogado. Que diferente!

* Nota-se a divulgação de autorização de muitos concursos, mas há demora grande de sua realização.

*Observa-se a tendência de se querer um profissional pronto para o trabalho na Administração Pública; antigamente, existia o profissional que ingressava com menos experiência no serviço público e lá recebia treinamento.

* O Conselho Regional de Administração impugna diversos editais de Analista da Área Administrativa, mas, os cargos continuam permitindo a investidura de pessoas de qualquer nível superior.

*Muitos editais preveem (olha a reforma ortográfica) isenção para pessoas de baixa renda cadastradas somente nos programas de governo. Fica a pergunta: e as demais pessoas que não estão cadastradas, mas são, de certa forma, pessoas de baixa renda? Somente esses podem ser considerados pobres? Considero meio condenável esse critério.

* Concursos que, antigamente, eram pouco concorridos por conta de salários menos atrativos, hoje são verdadeiras tábuas de salvação.

* Hoje há inúmeros blogs, fóruns e comunidades que cuidam de concursos públicos.

*Atualmente, há poucos concursos para professores universitários do setor público. Além disso, a remuneração dos cargos técnico-administrativos não se revela das maiores.

Bem, essas foram algumas das coisas que observei.Algum de vocês, leitores, tem algum dado interessante a acrescentar? Seria interessante saber. Comente esse artigo! Um abraço e até a próxima!

Raquel Monteiro é advogada e concurseira carioca".

Um comentário:

Igor disse...

Raquel

Concordo com quase tudo isso aí. Só ressalto que a questão salarial varia muito.

Exemplificativamente, acho que tirando o RS, todos os estados pagam mais a seus procuradores, em comparação com a AGU (que vai de 14.400 a 17.000, dependendo do tempo de casa).

Vários estados pagam no teto (22 mil e tanto), além de repassar também honorários advocatícios (o que não ocorre no plano federal).

De qualquer jeito, o negócio é pesquisar bastante, escolher uma carreira e correr atrás.

Abraço

Igor
Pensando Direito