A PERÍCIA MÉDICA E ENTREGA DO LAUDO
Olá leitores assíduos do blog! Estou novamente escrevendo sobre a experiência da nomeação, mas desta vez em relação ao dia da perícia e a entrega do laudo, conforme eu havia prometido.
Depois da entrega dos documentos no RH é agendado o dia da perícia, que no meu caso foi para quase duas semanas após a entrega dos documentos.
Durante esse período muitas dúvidas surgiram e as emoções de alegria foram substituídas pelo terrorismo criado em torno do dia da perícia. Ouvi muitas histórias sobre pessoas que foram consideradas inaptas por doenças e cirurgias antigas que em nada influenciavam na vida atual. Então começaram surgir dúvidas: Contar toda a verdade sobre o histórico médico? Omitir informações? Mentir? Importante informar que quando pequena passei por cirurgia médica por apendicite, por isso as minhas indagações e dúvidas.
Questionei várias pessoas a respeito disso, e como já esperava, obtive várias opiniões diferentes, enquanto isso, eu quase enlouquecia com o terrorismo que se pairou sobre mim em relação à perícia.
Mas vamos aos fatos. A perícia foi marcada para as 7hs e por ser muito cedo, fui para São Paulo no domingo e fiquei na casa de uma amiga. No dia da perícia, acordei cedo e tomei um táxi até o DPME. Cheguei no local as 6:30hs da manhã e lá já tinha uma enorme fila, do lado externo do local, com pessoas que iriam fazer perícia médica para ingresso, bem como outras pessoas, funcionários públicos em geral, efetuando perícias para afastamento.
Por volta das 6:50hs uma funcionária do DPME passou na fila verificando o que as pessoas fariam e separando-as. As 7hs o DPME abriu e, na nova fila que foi formada, entramos na ordem de chegada. Fomos direcionados para uma sala onde, após apresentar o RG, preenchemos um formulário com vários questionamentos sobre a saúde, tais como: Fuma? Bebe? Quais as doenças que lhe ocorreram nos últimos 5 anos? Já fez alguma operação? Utiliza algum medicamento habitualmente? Vai ao médico habitualmente? Já foi afastado? Entre outras. Para as mulheres tem um questionário extra no fim do formulário sobre o ciclo menstrual, ginecologista, cirurgias mamárias e de útero, entre outras perguntas.
Durante o preenchimento surgiram novamente as dúvidas. Responder ou omitir? Eu optei por responder todas corretamente. Claro sem necessidade de dar mínimos detalhes. Mas coloquei que já tinha sido operada e apenas especifiquei do que se tratava a mesma.
Após o preenchimento do formulário fomos encaminhados na ordem inicial de chegada para o primeiro andar. Lá a fila foi divida em três. Cada uma delas foi colocada na porta de um médico.
Eu passei primeiro pela oftalmologista. Entrei, ela mandou eu me sentar tampar o olho esquerdo e ler uma linha daquele famoso “quadro de letrinhas”, depois tampei o olho direito e fiz o mesmo na linha de cima. Após isso ela me dispensou e pediu que aguardasse do lado de fora.
Fiquei aguardando mais uns 10 minutos sentada, quando a moça que estava organizando me chamou para outra fila na porta do médico de clinica geral. Nessa hora a ordem de chegada já não existia mais. Era a ordem em que ela pegava o prontuário na sala dos médicos.
Fui então chamada pelo médico. Entrei, cumprimentei-o (não obtive resposta) e me sentei na cadeira em frente à mesa. Ele então passou a ler as respostas do meu formulário e ao mesmo tempo tirava minha pressão (não do modo antigo, mas com aquela “maquininha” de pulso, não sei o nome correto dela).
Ele então perguntou minha altura, meu peso, começou a fazer umas anotações. E não fez qualquer questionamento sobre a minha cirurgia.
No fim perguntou qual costumava ser a minha pressão e após eu responder que era 12/8 ele disse que minha pressão estava alta (15/10). Ai eu disse então que não sabia o porquê tinha dado tão alta, questionei se tinha sido pelo fato de carregar peso com o braço direito (dizem que isso altera a medição da pressão), ele não respondeu, considerou-me apta e pediu para aguardar do lado de fora.
Como se verifica os médicos não são muito comunicativos e nem simpáticos, afinal ficam o dia todo lidando com pessoas portadoras de várias doenças diferentes e normalmente insatisfeitas com a vida por conta de seus problemas.
Assim, fiquei novamente esperando ser chamada. Por volta das 08h30min ou 09h os homens foram dispensados e as mulheres deveriam aguardar a chegada da médica ginecologista. A médica chegou por volta das 10h, se não me engano.
Fui chamada pela médica, adentrei a sala dela e ela com um sorriso grande, uma das únicas, deu-me um grande bom dia e pediu para me sentar. Perguntou então se eu tinha feito alguma cirurgia no útero ou nas mamas, pediu meu exame de papanicolau, que havia feito há 8 meses atrás, e após mencionou que faria exame físico.
Ela verificou então se haviam marcas de cirurgia nas mamas e na altura do útero, foi quando viu a marca da minha cirurgia e perguntou o que era. Informei que era de apendicite, ela deu-se por satisfeita. Assinalou como apta no relatório e me deu os parabéns pelo ingresso no Tribunal. Dispensou-me e pediu para aguardar, mais uma vez, do lado de fora.
Por volta das 10h30min me chamaram no balcão do primeiro andar, e uma outra funcionária me dispensou explicando que o laudo ficaria pronto no dia 04/02, quarta-feira, e que eu poderia pega-lo das 14 as 16 h.
Retornei então no dia 04/02 ao DPME, por volta das 14h50min, peguei o laudo e levei no RH na Consolação. O laudo deve ser entregue no mesmo dia e que você o retira do DPME.
Importante ressaltar que nesse dia eu fui de carro, mas confesso que não compensa, além de ser difícil de chegar aos locais, o trânsito não ajuda muito, e acaba levando mais tempo do que se tivesse ido de metrô.
Chegando ao RH peguei a senha e fiquei aguardando, havia 15 pessoas na minha frente quando cheguei, e aguardei por volta de 1h30m até ser chamada.
Entreguei os documentos pendentes à funcionária e o laudo médico. Ela pediu que eu certificasse no verso do laudo que havia recebido o mesmo naquele dia e depois me deu um papel para tomar ciência do local e data da posse, cuja cópia foi me entregue.
Como vocês puderam verificar a perícia não é um bicho de sete cabeças, é tranqüila e não fiquei sabendo de ninguém que foi considerado inapto. Portanto, não há motivos para terrorismo e medo.
A posse ficou então marcada para o dia 11/02, quarta-feira que vem. Agora estou mais tranqüila, mas ainda ansiosa pelo inicio dessa nova atividade.
Bem, é isso! Espero ter dirimido algumas dúvidas e tranqüilizado a maioria dos futuros nomeados.
Força para todos! Até a próxima!
Priscila Sampaio
13 comentários:
Puxa, essa é uma preocupação minha também, o exame médico. No seu caso era uma cirurgia antiga que não atrapalhava em nada no trabalho mas eu tenho fibromialgia, que é tendinite em várias articulações ao mesmo tempo. Dói bastante, mas eu nunca deixei de trabalhar por isso, vou contornando. Será que neste caso eu deveria contar a verdade também?
Olá Anônimo.. é uma situação delicada a sua, já que fibromialgia é causa de afastamento e os médicos não veem com bons olhos. Seria bom vc perguntar isso para seu médico, que tem acompanhado a doença. Nada melhor do que uma opinião técnica sobre o assunto.
Abraços
Anômino, é melhor omitir. Você trabalha normalemente, mas quem avalia não vai saber disso. Omita, é a melhor saída. Você não estará prejudicando a ninguém.
Parabéns, Priscila!
Dia 11/02 é dia de Nossa Senhora de Lourdes. Que ela te proteja e trga para nós também as nossa sonhadas nomeações.
Você não mencionou deles perguntarem casos de doença na família. Não perguntam? Porque em um exame admissional que fiz perguntaram e eu acho terrível, visto que a gente não necessariamente "puxa" as doenças de outros familiares.
Outra dúvida minha é que você disse que seu papanicolau era de 8 meses atrás. Eu pensei que tinha que ser dos últimos 6 meses. Já estava preocupada em ter que fazer outro daqui há alguns meses se as nomeações não andarem.
Boa Sorte e obrigada pelas informãções!
Olá Anônimo 3.. obrigada pelas felicitações. Realmente eles perguntam dos casos de doenças na família, é que são tantas perguntas que não mencionei todas. Como já disse, evitei de mencionar muitos detalhes e pelo fato de não ter informações concretas sobre doenças na família simplesmente não coloquei nada.
Com relação ao papanicolau, conforme eu havia mencionado na outra redação sobre a nomeação, o RH pede o papanicolau com 5 meses, mas quem realmente analisa o exame é o médico ginecologista, e este pede o papanicolau de até 1 ano. Portanto, se vc está com o exame em dia (menos de ano), não há necessidade de fazer um novo. Ah detalhe, isso pra quem possui menos de 40 anos. Acima dessa idade eles pedem de até 6 meses mesmo e ainda a mamografia em alguns casos.
Abraços.
Olá, Priscila,
Parabéns e boa sorte.
Tenho duas preocupações em relação ao exame médico: a primeira é sobre o exame oftalmológico, pois sem óculos não enxergo um palmo à minha frente, mas com eles não tenho dificuldade alguma (são 4 graus no olho direito e 5 graus no esquerdo) - será que posso ser eliminado por isso? A segunda preocupação é se existe exame odontológico, pois não tenho a grande maioria dos dentes (uso prótese móvel). Será que posso ser eliminado por isso também?
Se você puder me esclarecer essas dúvidas, agradeço.
Abraços.
Luiz Otávio
Gostaria de saber se há escolha no local de trabalho.
Grata,
Denise
Parabéns. Bem vinda ao Tribunal. Tomei posse em 15/02/2000, depois acomodei, mas agora estou decidido a retomar os estudos.
Não se acomode... continue estudando.
Se tiver tempo, converse e veja o melhor local de trabalho, se fosse pra oficial poderia ajudar, mas pra escrevente não sei. Faça isso, será melhor pra vc. Infelizmente existem superiores que se acham e adoram punir os subordinados a troco de nada....
Curta e aproveite a fila andou.....
Gostaria de saber se é verdade que para quem tem mais de 40 anos fazem eletrocardiograma. Foi muito bom para dismistificar essa perícia médica.
Gostaria de saber se seria bom informar ou omitir remédios de uso psiquiátrico como Seroquel, por exemplo e pelo narrado parece não ser necessário exame de sangue ou o mesmo deve ser entregue? Obrigado.
Obrigada Priscila...seu relato está ajudando a me acalmar já que vou passar, em breve, pela mesma situação. Parabéns!
Que bom!
No meu caso, mencionei tratamento com antidepressivos e fui considerada INAPTA.
Até hoje estou na brigando na Justiça e já passei por nova perícia, desta vez judicial.
Por isso sugiro pensar muito bem nisso porque o preconceito contra antidepressivos é muito grande. Fui honesta e estou há 5 anos aguardando justiça!
Olha, acho muito difícil terem considerado inapto para o cargo o candidato que faz uso de antidepressivo. Será que não tem outra causa não?
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