A HISTÓRIA DE DUAS CONCURSEIRAS
Caro (a) amigo (a) concurseiro (a), muita paz para você e sua família . Rita de Cássia e Elizabeth eram duas jovens amigas concurseiras. Amigas concurseiras esforçadas. Uma com nome de santa, outra de rainha. Ambas com o mesmo objetivo: ocupar um cargo na carreira pública. As dificuldades, porém, eram muitas: dinheiro curto, pressão da família, base escolar deficiente. Mas elas não iriam se assustar com isso. Fizeram a matrícula em um curso preparatório, os pais pagariam com dificuldade. O curso parecia ser bom: os índices de aprovação eram ótimos. Para economizar, iam a pé e voltavam de ônibus. O dinheiro não dava para o lanche: às vezes, rachavam um pão de queijo ou dividiam uma barra de chocolate: era bom quando a barra tinha quatro tabletes, pois assim a divisão era igual.
O início foi difícil (sempre é), mas aos poucos ambas começaram a evoluir em seu aprendizado. O curso era bom, os professores atenciosos, o material didático bem formulado. Então Rita de Cássia e Elizabeth se inscreveram em seu primeiro concurso. Mas a aprovação não veio. Prova difícil, concorrência pesada, falta de experiência em concurso. Algumas questões nem foram respondidas em razão da má administração do tempo. Mais um concurso apareceu e lá foram nossas amigas novamente. Por duas questões, Rita de Cássia não passou. Já Elizabeth ficou um pouco mais longe da aprovação; o nervosismo atrapalhou na hora da prova.
A situação financeira de nossas amigas continuava complicada. E a ansiedade em ser aprovada aumentava cada vez mais. Até que Rita de Cássia teve uma grande notícia: havia enviado vários currículos pela internet e estava sendo chamada para trabalhar em uma grande empresa privada. O salário não era muito alto, mas havia auxílio alimentação e plano de saúde. Rita ficou eufórica: finalmente a sorte havia sorrido para ela ! Elizabeth a parabenizou: teve até uma pontinha de inveja, mas ficou feliz pela amiga.
E assim Rita entendeu que deveria dar um tempo, fazer uma parada nos estudos. Daqui a alguns meses, talvez um ano, voltaria a estudar. Quanto á Elizabeth, não havia alternativa: já que não havia tido a mesma sorte, o jeito era continuar estudando, agora em casa, pois não havia mais verba para o curso preparatório.
E Elizabeth fez um novo concurso. Esse Rita nem prestou. Eram 100 vagas. Nossa amiga foi aprovada na 143ª. posição. O prazo de validade era de dois anos, poderia ser prorrogado por mais dois. Talvez um dia fosse chamada. Mas esse dia estava demorando para chegar e concurseiro tem pressa. Muita pressa ... Ainda mais quando Elizabeth viu sua amiga Rita de Cássia comprar seu primeiro carro, financiado, é verdade, mas zerinho ...
Um ano se passou. Elizabeth continuou em sua vida de concurseira, estudando e fazendo provas. Perdeu um pouco o contato com Rita de Cássia: a amiga já não queria mais saber de concurso, tinha outras prioridades. Até que um dia recebeu o comunicado: estava sendo convocada para tomar posse naquele cargo em que havia sido aprovada em 143º. lugar. Que alegria ! Telefonou para a amiga Rita de Cássia, que lhe deu os parabéns. Mas ela, Rita, estava aborrecida e triste: em razão da reengenharia e de não haver cumprido certas “ metas impossíveis” havia sido demitida da empresa em que trabalhava, depois de tanta dedicação. Agora, precisaria vender o carro, que ainda nem havia sido quitado. E iria retomar o estudo para concursos, contando com a colaboração da amiga, agora servidora pública. Elizabeth se prontificou a ajudá-la, afinal, além de amiga, Rita era muito capacitada. E Elizabeth completou: “ Rita, em seu lugar, eu também teria aceitado correndo aquele emprego. O que você não poderia ter feito, era desistir do seu sonho.”
Caro (a), amigo (a), concurseiro(a), esta história não tem vencedores ou vencidos. Certamente, após ter retomado os estudos, com perseverança e persistência, Rita de Cássia também passou. Afinal, só não passa aquele que desiste !
Observação: os fatos aqui narrados, assim como os nomes mencionados são absolutamente fictícios, frutos da imaginação do autor. . Qualquer semelhança com a realidade, é mera coincindência
Fábio Vieira - é professor de Direito Administrativo no Unicursos - Concursos Públicos - contato: fabiooficial@yahoo.com.br
3 comentários:
Ótima história, Prof. Fábio!
Ganhamos mais um excelente colunista.
Abs,
Kátia.
Professor Fabio.
Não é a toa que vc conquistou todo esse carinho dos seus alunos..
Sempre educado, gentil e uma pessoa de coração muito puro...
Obrigada pelo respeito com que sempre nos trata e acredito que Deus o levará a conquistar seus objetivos...
Seja sempre bem vindo e tudo de muito bom p vc e toda sua família..
O admiro pela personalidade , pelo caráter. Sempre tem uma palavra de incentivo ...
Obrigada pela atenção de sempre...
Que Deus possa retribuir...
Um abraço.
Professor FÁBIO
Parabéns pelo texto leve, divertido, interessante e tão verdadeiro. Valeu muito a pena ter lido.
Realmente, qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência,já que, no momento, tenho que optar por estudar, trabalhar, ou estudar e trabalhar... rs
No mais, presenteie-nos sempre com essas pérolas.
Um abração!
Eliane.
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